Era uma dessas manhãs de segunda-feira em que, só pra variar, eu chegava atrasada na aula. Eu pensava que ia fazer aquela disciplina só por fazer, porque era obrigada, e sabia que possivelmente eu não iria seguir a profissão na qual iria me formar. Pois é, indo até o fim de um curso de quatro anos para não trabalhar naquilo. Uns diziam que era loucura, perda de tempo. Outros me perguntavam o porque de insistir em algo que eu mesma sabia que não tinha muito futuro. A verdade é que eu não sei, nunca soube. Talvez eu não tivesse mesmo a ver com essa coisa de apuração e reportagem, mas mesmo correndo o risco de não usar nada daquilo depois, eu permanecia ali. Era como um vício do qual eu não conseguia me libertar. Quanto mais eu tentava fugir, mais perto do final e mais "presa" àquilo eu estava. A sensação que eu tinha é que eu era a mulher traída, mas perdidamente apaixonada pelo traidor. Pensar naquilo como uma profissão me deixava um tanto perdida, da mesma f...