Sobre o amor libertário

Amar: palavra que termina com o ar que a gente perde quando vê o ser amado, quando sabe o que é ser amado. Começa com a primeira letra do alfabeto, como quem diz: "Sou o amor e te darei muitas palavras e histórias pra contar daqui pra frente". Beijos, chamegos e carinhos, dengos...

E se eu amar em inglês? Love. Troque a segunda letra por "i" e descubra que amar é viver... e é aí que começa o drama. Aí que começam as minhas teorias (nem tão) revolucionárias sobre o amor e os "relacionamentos sérios". Pura e simplesmente porque tem gente que confunde "amar é viver" com "amar é vivermos um a vida do outro".

Sou uma daquelas pessoas que acreditam no amor. O amor puro e simples. O amor que não carrega os estigmas aos quais a maioria dos relacionamentos atuais estão condenados. O amor sem correntes, o amor que te faz voar. Amor pela revolução, amor que revoluciona a vida e que te faz viver, querer sempre mais. Que te dá a liberdade de querer ficar e se prender, mas não te prende a meras formalidades.

Amor e revolução. Hoje me pergunto onde foi que essas minhas teorias começaram. E por quê? Foi por que acredito na revolução que passei a ver o amor de forma diferente? Ou foi porque acredito no amor que passei a querer revolução? No fim, acho que não existe diferença. Quando você acredita em igualdade, acredita em amor. Porque o amor te liberta.

O amor é livre e faz você querer ser a melhor pessoa que puder para desfrutar dessa liberdade da melhor forma possível. Acredito que pessoas tem direito de escolher por qual caminho seguir e isso se aplica a tudo. Sou a feminista que não aceita que me digam como devo agir pra ser "moça pra casar", sou a menina que acredita que a vida é breve demais pra gente deixar de viver como acha que é certo.

Acredito no amor, mas não acredito em amores eternos, laços infinitos, e nessa história de que duas pessoas se tornam uma só quando se amam.

Acredito no amor, e também no sentimento volúvel de quem não sabe viver sempre a mesma coisa, de quem precisa de mudança e precisa revolucionar os mínimos detalhes da própria vida. 

Acredito no amor, mas meu amor jamais permitiu que meus "amados" interferissem em minhas decisões. Ciúme não é amor. Onde vamos, o que fazemos e com quem convivemos são coisas que outras pessoas simplesmente não podem controlar. São responsabilidades exclusivamente nossas e deixar que outra pessoa as assuma faz com que uma parte de nossa essência se perca. 

Meu amor é livre, e te diz que "Não posso ser a mulher da sua vida porque já sou a mulher da minha". Não posso e não quero viver sua vida, mas quero fazer parte dela e só me permito fazer isso se você souber respeitar quem eu sou.

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