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Mostrando postagens de outubro, 2010

As curvas da estrada

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Dizem que andei perdendo o rumo, errando de curso, perdendo a razão. Segui placas erradas, dizem que andei na contra-mão. Mas também não dizem que é errando que se aprende? E que às vezes é errando que a gente acerta? A gente tenta seguir as regras, mas as regras não são nossas. É, sigo as regras de um jogo que não é meu e às vezes vivo uma vida que de tão minha parece de outro. Tudo sempre tão igual... A questão é que eu não tenho mais tempo e nem paciência para voltar todo o caminho e seguir um rumo que, disseram, teria que ser meu. Comecei na contra-mão, e assim continuarei até o fim. Porque, como diria Leminski , "isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além" .  Quero ir muito além das curvas erradas da estrada, quero ir mais longe aqui dentro de mim.

a falta que faz

Abri todas as portas e tirei tudo de lá de dentro. Roupas, meias, calçados, perfumes, papéis. Tudo. Resolvi jogar fora tudo que não fazia mais parte de mim. Sabe quando você vai arrumar o seu armário como se fosse arrumar a sua vida? Eu estava precisando por a minha vida em ordem, definitivamente. Foi aí que eu encontrei uma caixa há muito esquecida num canto do armário. Uma dessas caixinhas onde a gente guarda a vida inteira, sabe? Ela nem era muito grande, mas dentro dela cabia todo amor que eu tinha, todo amor que um dia alguém me deu. Abri. Um monte de papéis, bilhetes, cartões, fotos... de repente a minha cabeça começou a dar um monte de voltas. Senti de novo o que havia sentido tantos anos atrás. Só não esquece que te amo. Forget this life, come with me Don't look back, you're safe now Unlock your heart, drop your guard No one's left to stop you Quanto tempo ainda falta? I keep dreaming you'll be with me And you'll never go Stop breathing if I don'

Estive te procurando

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Estive te procurando por boates, botecos, bosques, praças, igrejas, puteiros, corredores, salas de aula. Te procurei na minha cama, na casa da vizinha. Te procurei no meio de uma roda punk de um show de uma bandinha que ninguém conhece, no bar de uma festa onde eu não conhecia ninguém, na recepção do consultório dentista, na fila do banco e do cinema, nas estações do ano e do metrô. Estive te procurando em discursos inflamados de revolução, na platéia dos teatros, nas ideologias, nas crenças, na fé. No circo, no trapézio, na corda bamba.  Te procurei em todas as cidades que conheço e até mudei de estado para ver se te encontrava. Geográfico e de espírito.  Te procurei no líquido, na fumaça. Te procurei em todos os sorrisos que me encantaram, em bocas, olhos, corpos inteiros. Estive te procurando em vidrinhos de perfume dos mais variados: fortes, amadeirados, cítricos e adocicados.  Ah, amor, me fala onde você mora? Por que é que você se esconde? Não precisa fugir, não... na verdad

A quem interessar

Só me diga quando é que a inquietude desse meu coração vai por fim sanar? Quando é que as perguntas que eu faço desde que eu me conheço vão ser respondidas? Por que é que eu vejo sinais que não existem, sinto os cheiros que não são mais meus e sinto a nostalgia bater tão forte, me mostrando que não sou mais criança e que agora devo agir como gente crescida que dizem que sou? Quem souber que me diga de quantas cores se faz um amor, de quantos sabores se faz um arco-íris, de quantos perfumes se desenha o céu... Quem souber, por favor, me conte de quantos frios na barriga se faz um lar, de quantos sonhos se faz uma canção, de quantas estrelas se faz um olhar, de quantas lembranças se faz uma infância, de quantas brincadeiras de faz uma vida... São essas as dúvidas que me perseguem, são essas as perguntas que me fazem perder o sono. Ontem, depois de sonhar com tantas melodias e depois de lembrar de toda a gente que foi passando pela minha vida e das vidas por onde passei, descobri que o