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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Vidro Quebrado e Flores no Jardim

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Era como se meu corpo fosse feito de cacos de vidro afiados. Não importava o que eu fizesse, eu sempre cortaria alguém que amava. Eu era como um bibelô de cristal caído de uma prateleira ou estante qualquer, que agora não passava de um amontoado de cacos de vidro que ninguém quer por perto. Ninguém quer se machucar. Eu me sentia sozinha, no escuro. Era como se eu estivesse em um universo paralelo. Pensei em ficar por lá e deixar que as outras pessoas seguissem suas vidas, tentando cicatrizar os cortes e feridas que eu havia lhes deixado como lembrança. Pensei em não voltar. Me odiava por ser do jeito que era, me sentia mal pelo fato de machucar todos à minha volta. O fato é que ninguém vive de aparências. Descobri que meus cacos de vidro, tão afiados, não passavam de uma farsa que eu havia criado para me proteger de algo que nem eu mesma podia saber exatamente o que era. A máscara caiu. Me enganei, sim, durante muito tempo, mas apesar do vidro ser falso, as cicatrizes eram reais.