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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Marcas

Foi embora do mesmo jeito que veio: em silêncio, devagar. Um dia eu acordei e vi que não havia sobrado mais nada. Te encontrei e você pareceu mais longe, um tanto fora de foco. Aquele frio da barriga se escondeu no bolso do meu casaco e o coração não correu pra boca por achar o peito um lugar mais confortável, por achar que não havia mais nada a dizer. Eu tinha um monte de expectativas, achava que teria um fim rápido e dolorido como outrora, mas não. Foi uma dor parecida com aquela que você sente quando faz uma tatuagem: contínua e de baixa intensidade. Você sofre um pouco no começo, depois se sente apenas desconfortável, em seguida se acostuma com ela e quando vê, passou. A tatuagem está pronta, o amor foi embora. Ficou só uma marca que vai estar sempre ali. Com o tempo você olha para o que ficou e quase não lembra mais da dor. Ela vai parecendo muito menor e você quer outra tatuagem, sem se importar se vai sofrer de novo ou não. Vai colecionando marcas, que algumas vezes doem mai