Das cartas não enviadas I
E agora tudo o que ouço é aquela frase piegas e clichê que fala de um blá blá blá onde as coisas acontecem quando tem que acontecer. É nisso que me agarro pra ter esperança no que parece impossível e também é o que me serve de consolo quando tudo dá errado (como agora). "Se não foi, é porque não era pra ser. Agora segue o fluxo", disse aquela minha amiga meio hippie quando contei de mais um episódio da novela mexicana que insisito em chamar de vida. Era pra ser assim, então. Estava tudo escrito, né? Até nome composto meus pais me deram para que eu não me desviasse do meu destino de viver dramas bizarros até encontrar o tal final feliz... Eu sei, reclamar não vai mudar nada. Meu consolo é que ao menos meus dramas divertem quem não vive nele.
Passada a fase shelelê onde mentalizo luzes azuis e violetas, é hora de mentalizar que o cara é um idiota, mesmo que ele não seja (porque eu sei que não é). Aí sumo como fiz das outras vezes, mas talvez responda as mensagens que ele mandar, ao contrário das as outras vezes. É... meu maior dom sempre foi ser para-raio de gente maluca.
A verdade é que essa coisa de gostar sempre do torto, do errado, de se encantar com coisas falsas, montadas, forjadas, gasta muita energia e cansa demais. Fico apertando os olhos para tentar ver alguma coisa que nunca me importei de não enxergar enquanto tudo girava e as pessoas pareciam mais alegres e bonitas. As luzes da pista mostram as pessoas como elas não são, ao mesmo tempo que percebo que nunca aprendi a ver alguém por dentro. Isso cansa. Se enganar com as falsas essências e brilhos fajutos, nunca conhecer alguém de verdade... cansa.
A verdade é que essa coisa de gostar sempre do torto, do errado, de se encantar com coisas falsas, montadas, forjadas, gasta muita energia e cansa demais. Fico apertando os olhos para tentar ver alguma coisa que nunca me importei de não enxergar enquanto tudo girava e as pessoas pareciam mais alegres e bonitas. As luzes da pista mostram as pessoas como elas não são, ao mesmo tempo que percebo que nunca aprendi a ver alguém por dentro. Isso cansa. Se enganar com as falsas essências e brilhos fajutos, nunca conhecer alguém de verdade... cansa.
Tudo se repete, sempre: as mesmas frases, os mesmos cheiros, músicas, palavras. O mesmo roteiro.
PS: Dos meus roteiros mal escritos e da vida torta que levava, ficaram apenas as cartas que nunca te mandei.
PS: Dos meus roteiros mal escritos e da vida torta que levava, ficaram apenas as cartas que nunca te mandei.
"Querido ex-quase-pseudo-amor,
Hoje eu consigo ver que, se não houver química, de nada adianta acreditar que a física vai salvar. Opostos se atraem, mas também precisam de algo que faça com que permaneçam assim. O que eu queria dizer é que hoje vejo que você entrou na minha vida só para me lembrar da minha história, não pra fazer parte dela. Me forçou a ver que me perdi, me mostrou um pouco de si, mas não vai saber o pouco de mim que não digo. Te conhecer me fez lembrar o que aprendi com as dores passadas, mas meu passado pertence somente a mim.
Adeus você...
Da nunca tua
Maria Eulália"
Hoje eu consigo ver que, se não houver química, de nada adianta acreditar que a física vai salvar. Opostos se atraem, mas também precisam de algo que faça com que permaneçam assim. O que eu queria dizer é que hoje vejo que você entrou na minha vida só para me lembrar da minha história, não pra fazer parte dela. Me forçou a ver que me perdi, me mostrou um pouco de si, mas não vai saber o pouco de mim que não digo. Te conhecer me fez lembrar o que aprendi com as dores passadas, mas meu passado pertence somente a mim.
Adeus você...
Da nunca tua
Maria Eulália"