O amor como deve ser

Não sou teus desamores, teus antigos amores. Não serei para sempre o que fui no passado. Não sou a paciência nem a calma. Não sou aquilo que muitos esperavam de mim, nem esperava ser. Não sinto certeza ou segurança. Não sigo com cautela.

Sou alguém que muda. Muda muito todos os dias para tentar não cometer erros antigos. Sou a saudade que renasce com a sensação de que algo aqui dentro mudou e nunca mais vai voltar a ser o que era. Sou o que penso e o que não digo.

Sou teu... sorriso quando é meu, um sorriso meu por ti. Sou teu abraço e o meu silêncio. Sou meu silêncio. Sou o que ninguém mais vê. Sou a água e o vinho, sou o que sinto. Sou o que não é eterno, eu sou o amor.

Sim, o amor é perecível. Teu amor de hoje não será o amor eterno ou o amor da tua vida. Você só descobre quem foi o amor da sua vida - e se teve algum amor - alguns segundos antes de morrer, quando o filme das tuas memórias passa através dos teus olhos relembrando os momentos que fizeram você se sentir vivo. Uma bela ironia, não? O amor fazendo você se sentir vivo segundos antes de morrer.

Pois bem, amor, se te acalma ou conforta saber, não és o amor da minha vida. És meu amor de hoje, mas o amanhã é uma incógnita. É sempre cedo demais para desejar uma vida quando nada dura para sempre. Uma vida é muito tempo.

O que sei é que hoje te amo. Talvez amanhã sigamos rumos muito diferentes, deixando algumas pessoas pelo caminho e levando conosco as lembranças que mudaram algo dentro de nós. Por isso não faça planos. Deixe que o Carpe Diem perfume nossos dias até chegar a minha hora de partir, de aproveitar o dia em algum lugar diferente do teu. 

Não és o amor da minha vida, mas hoje ainda és o que chamo de amor. Tão forte, urgente e perecível como deve ser.

Postagens mais visitadas deste blog

Pausa pro café

Fez um ano, eu te amo