Muito Obrigada

De todas as coisas que eu podia ter dito, eu disse "tá, tudo bem". De todas as coisas que eu ter feito, não fiz nada. Deixei que tudo fosse como tinha de ser. Sem perdas, sem danos, sem traumas. Eu precisava dizer que valeu muito a pena, todo esse tempo, mas não disse. Só pedi pra você se cuidar, como sempre fiz, e mais nada. Não tinha nada pra se dizer. Tá tudo bem agora.

Na verdade, eu não sei bem o que aconteceu. Não choro, e não fico pensando nisso com imaginei que faria. Às vezes olho minhas mãos vazias e a única coisa que me vem em mente é: "Muito obrigada". passei a ver as coisas de outra forma, como nunca pensei que veria Eu sinto muito se não fui como imaginou que fosse. Acho que confundi as coisas. Talvez não fosse isso exatamente o que você queria, talvez não fosse isso que EU queria, mas não me arrependo, de nada.

No fundo, eu sabia. Tinha alguma coisa que gritava comigo, como há muito não acontecia. Tive medo, eu nunca tinha me enganado antes, como não me enganei agora. Me ensinaram a ler olhos, ler olhares, jeitos. Aprendi a ver mares escondidos em olhos de outros, aprendi a esconder os meus. Os que descobrem minhas ondas, prestes a se arrebentar, são os poucos que me conhecem realmente. Não tive tempo nem coragem de te apresentar. Não foi falta de confiança, foi falta de coragem. Não gosto que vejam a parte de mim que todos desconhecem. Aprendi a representar muito bem, pra esconder minhas fraquezas por trás de sorrisos.

Hoje, ouvi Renato Russo me dizer: "Eu rabisco o sol que a chuva apagou". Tive que discordar. Chovia, mas a chuva não pôde apagar o que ficou. Nada vai apagar. Prefiro concordar com Fernando Anitelli: "O fim é beli e incerto, depende de como você vê." Eu vejo da melhor forma. Sinto muito se não correspondi às suas expectativas. Muito obrigada. Foram ótimos 132 dias. Muito, muito obrigada. Obrigada por ter feito parte da minha vida, obrigada por ter me feito sorrir.

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