Menina dos confetes



"Menina sente o desafio, descobrir o que é o amor..."
Menina, menina, menina.
Sou eu menina que espera algo que nem sei, só sinto. Não sei se me afeta, mas tenho medo. Medo não por mim, só medo, por nada.
Desafio foi esse meu, sem certeza nenhuma do que queria, sabendo que não devia, e mesmo assim, tomou conta de mim, se fez um sentimento meu, única e exclusivamente meu. E que por instantes fora teu também - assim pensei.
E as minhas janelas ainda estavam abertas esperando a brisa que vinha de longe. Ainda estavam abertas minhas cortinas, meu coração, que por longo tempo estiveram fechados, trancados, confinados a um mundo sem cor, sem luz, sem nada. Um mundo meu, única e exclusivamente meu.
E nos mapas eu procurei uma saída, e nas expectativas procurei salvação. Não, não tem jeito, não tem volta.
Mas o que te traz de volta? O que te afasta? E se eu chorar?
Não vejo teus olhos pra saber se mentem, só vejo o que sentes, só o que sentes, e me dói.
Dói porque sei, não é bom, nada bom, e dói. Dói e me aperta, me corta e não cicatriza...
Dói e machuca, mas é preciso aceitar.
E se eu acordar e me der conta do que isso foi? E se eu me der conta que não foi nada, que só sonhei e que isso nunca existiu? Então, POR DEUS, ALGUÉM ME ACORDE!
Meninas fortes sempre são frágeis, se têm papel bonito, desenhado, pintado e recortado em formato de coração. Lá em seu lugar.
Meus papeizinhos coloridos, agora são confetes para um carnaval qualquer que não é o meu.
Todo carnaval tem seu fim, o meu nem ínicio.
Todo confete é festa, o meu solidão.
Todo "amor" é bonito, o meu ficou triste.
Todo desafio é vitória, o meu? Nunca descobri que amor foi esse. Nunca descobri se foi "amor".
E os confetes coloridos de pedaços de corações que fazem a festa de outros, a mim não mais pertencem. Foram levados a algum canto do mapa, a um alguém que ainda sinto.
Que o meu medo não te leve, que não saibas do que temo.
Que meus confetes, já não mais meus, te façam sorrir ás vezes, mesmo que nada te lembrem, em nada te afetem. Pois já não me pertencem.
E se quando não quiseres mais pra ti os meus confetes, nem guardar quiseres, então mande de volta. Talvez de nada me sirvam, ou talvez eu cole e monte de novo o que um dia foi um papel bonito, desenhado, pintado e recortado em forma de um belo e delicado coração. Quem sabe um dia eu ache outro papel, ainda mais bonito. Ou não.
Mas enquanto não encontro papéis tão delicados quanto os meus, serei apenas a menina dos confetes.

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