Das nostalgias I
Estava eu lá em pé no ônibus lotado, toda suada e melequenta, quando de repente olho pro lado e vejo o amor dos meus 12 anos de idade. Ele era o cobrador.
Tentei ler o crachá pra ter certeza, mas não consegui. Fiquei uns minutos com aquela sensação nostalgica das primeiras paixonites enquanto uma senhora reclamava do calor para o motorista e alguém esbarrava em mim com uma sacola cheia de compras que me fazia perder o equilíbrio. Acabei me convencendo de que era ele mesmo. Ele não mudou muito desde aquela época, tirando que agora o cabelo é curto e tem menos espinhas. Ainda é bonitinho.
Acho que ele também me reconheceu quando me viu passando pela catraca, mas a única coisa que ele me disse foi:
- Você tem 20 centavos?
Tentei ler o crachá pra ter certeza, mas não consegui. Fiquei uns minutos com aquela sensação nostalgica das primeiras paixonites enquanto uma senhora reclamava do calor para o motorista e alguém esbarrava em mim com uma sacola cheia de compras que me fazia perder o equilíbrio. Acabei me convencendo de que era ele mesmo. Ele não mudou muito desde aquela época, tirando que agora o cabelo é curto e tem menos espinhas. Ainda é bonitinho.
Acho que ele também me reconheceu quando me viu passando pela catraca, mas a única coisa que ele me disse foi:
- Você tem 20 centavos?