A tal da vírgula

Hey! vem cá... Senta aqui do meu lado, acho que a gente precisa conversar. Ou, ficar em silêncio, sei lá, mas verdade seja dita: já ficamos em silêncio durante tempo demais...

Bom, na verdade, eu só queria dizer uma coisa: depois de todas as bobagens, de todas as coisas que eu deveria ter feito e não fiz, e das que fiz e não deveria ter feito, a única verdade, a coisa mais certa de tudo isso, é que a gente não cumpriu o que prometeu. A tal conversa que ia acontecer um dia não aconteceu e nós sabemos muito bem, nunca vai acontecer. Colocamos uma vírgula ao invés de um ponto final na frase, e talvez seja justamente por isso que a gente continua agindo como se a história toda tivesse acontecido na semana passada. É, e isso é estranho, não é? Já faz tanto tempo, tanta coisa já aconteceu e a gente continua olhando a paisagem com cara de "eu não sei o que fazer então vou fingir que não estou vendo você aqui do meu lado".

Isso me incomoda, de verdade. Primeiro porque essa cara sempre deixa a dúvida: ela está ali porque ainda tem algo a ser dito e não houve uma oportunidade, ou porque não há mais nada pra se dizer? Ah, eu não sei e, sinceramente, já cansei de tentar descobrir. Segundo porque não temos mais motivos pra isso. Eu já segui minha vida e você também seguiu a sua, provavelmente. Novas histórias, novos personagens, sorrisos...

Talvez eu nunca tenha dito, mas tenho medo de pessoas que não reagem, sabe? Tenho muito medo porque eu não consigo saber o que elas estão pensando. E você não reagiu. Mas agora também nem faz diferença, nada vai mudar o que passou. O que me incomoda mesmo é a tal cara de paisagem. 


"There's one thing I want to say, so I'll be brave (...)
I'm not sorry there's nothing to say 
 I'm not sorry there's nothing to save"

Your ex-lover is dead - Stars

Postagens mais visitadas deste blog

Fez um ano, eu te amo

Pausa pro café