Caixinha
Estou sentada em frente a árvore. Estou sentada no banco da praça. Pernas cruzadas, mãos nos joelhos, pés inquietos, esperando. Banco em frente a árvore, árvore na praça, praça em frente a igreja. Estou sentada, mas não em frente a igreja, em frente a árvore.
Estou esperando, e o tempo parece se arrastar. MEU CELULAR!
-Alô? Vai demorar muito?
-Não.
-Okay...
Pés inquietos, mãos nos joelhos, a leitura foi pro espaço. Quem vai prestar atenção em um livro quando se está tão inquieta e curiosa? Enfim, mas não fim do mistério. Não estamos mais em frente a árvore. Estamos numa mesinha quadriculada como um tabuleiro de xadrez. Mãos sobre a mesa.
-Tô curiosa!
-Vai continuar, espera um pouco...
-Mas que coisa, quanto mistério!
-Não faz a menor idéia do que seja?
-Não... Fala logo!
-Tá bom! Aqui. Pega.
-Ahn? O que tem dentro?-Era uma caixinha que cabia na palma da minha mão.
-Não era tu, a curiosa? Abre.
Fiquei sem fala.
-Quer?
-Eu te amo!