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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Aponta pra fé e rema

Sou melhor com papel e caneta do que com a fala, e por isso permaneço escondendo no meu coração as coisas que ficam presas na garganta quando a boca não abre. Hoje reencontrei meu bloquinho de coisas nunca ditas. Abri numa página qualquer e li: "Você me mostrou a calmaria quando eu só conhecia furacões que me arrastavam e depois me deixavam no chão." Arranquei a página e te mandei pelo correio com um bilhetinho colado: "Nunca te disse mas hoje te escrevo. Aponta pra fé e rema. Essa tempestade logo vai acabar"

Das nostalgias I

Estava eu lá em pé no ônibus lotado, toda suada e melequenta, quando de repente olho pro lado e vejo o amor dos meus 12 anos de idade. Ele era o cobrador.  Tentei ler o crachá pra ter certeza, mas não consegui. Fiquei uns minutos com aquela sensação nostalgica das primeiras paixonites enquanto uma senhora reclamava  do calor para o motorista e alguém esbarrava em mim com uma sacola cheia de compras que me fazia perder o equilíbrio. Acabei me convencendo de que era ele mesmo. Ele não mudou muito desde aquela época, tirando que agora o cabelo é curto e tem menos espinhas. Ainda é bonitinho. Acho que ele também me reconheceu quando me viu passando pela catraca, mas a única coisa que ele me disse foi: - Você tem 20 centavos?